A menina que engoliu uma nuvem do tamanho da Torre Eiffel.

Um dia, se se cruzarem com uma mulher francesa com seis dedos no pé direito (ou no esquerdo, depende de quem vê), de bikini florido vestido, e que, por culpa de um vulcão com um nome impronunciável, fez sua missão voar, contando para isso com a ajuda de monges tibetanos que criam roupa de queijo enquanto ouvem Júlio Iglesias, sorriam: conheceram Providence Dupois. 

Sentem-se para ouvi-la falar de Zahera - a filha que uma apendicite escolheu para si - e do quanto o amor pode contrariar até a lei mais básica do universo, tudo para destruir a nuvem feita de compota de morango, do tamanho da Torre Eiffel, que reside nos pulmões de uma menina apaixonada pela informação que a internet lhe oferece e que as paredes de um hospital decrépito nunca a deixaram ver.

Providence existe dentro de duzentas páginas que partilham connosco a existência de um mundo delirante (no bom sentido!) mas repleto de referências ao nosso presente, descritas num humor diferente e que comove, numa escrita de detalhes sobre a vida e as pessoas. Providence é a fábula sobre vencer os impossíveis que existe dentro de todos nós. Cada vez mais me apaixono por histórias e livros assim, não de maternidade, mas sim sobre mulheres que são muito, e que, para além disso, são mães.

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