It's not always rainbows and butterflies...
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Esq. - 2013 e 2016. Dir. - 2014. |
Percebi que não era normal na tarde em que, escondida atrás do vão da parede da cozinha, engolia bolachas de chocolate na ânsia de não me encontrarem. Foi anteontem. Caiu-me o mundo dentro do estômago. Comer escondida é um dos sintomas mais óbvios da compulsão alimentar.
Primeiro, foi a gravidez. Depois, a amamentação. Agora, o meu pai foi operado, eu parti o pé, o Hugo está de férias. Os problemas são transformados em justificações e as alegrias em motivações. Esse é outro dos sintomas.
Sempre tive uma relação de extremos com a comida, a minha alimentação sofreu muitas alterações e balanços nos últimos anos, e o meu peso, o meu corpo e a saúde do meu organismo também. Sei que uso a comida como compensação - esse é o sintoma maior.
Quando a Chloé nasceu, eu tinha 72kg. Quando engravidei, 55kg. Quando conheci o Hugo, 52kg. Há um mês, 65kg. Hoje, 70kg. Não se trata só de corresponder a padrões; esse é um estigma que não atinge a minha liberdade. Preocupa-me a doença. Assusta-me perder o controlo. O espelho não me reconhece, mas acima disso está a minha saúde. Ameaçada, trémula, desrespeitada.
Não me quero impor dietas rígidas porque sei que foram elas que me trouxeram aqui. Ainda estou a aprender a lidar com a compulsão: preciso de me relembrar as escolhas inteligentes que, durante dois anos, me transformaram num poço de força, saúde e vitalidade. Quero descobrir também uma forma de mostrar ao subconsciente, muito mais difícil de educar do que a mente, que uma fatia de bolo (ou o bolo inteiro...) não são a resposta rápida dos meus problemas.
Em 2014, com apenas 19% de massa gorda no corpo, não pensei nunca ser possível regressar a este ponto. Escrevo estas palavras com sinceridade, porque o merecem, e como alerta, porque pode acontecer a todos nós. Vou lutar contra mim mesma. Vou descobrir técnicas, vou voltar a amar-me. Vou voltar mais forte. E vou contar-vos como.
Queria Filipa, tu és uma fonte de inspiração em todo o que escreves. És das pessoas que por onde passa deixa sempre a tua margem.....Sei que és uma "miúda" cheia de força, e que consegues ultrapassar as coisas.
ResponderEliminarÉ um dia de cada vez e a vida vai ao sitio....Mas quero que saibas que eu estarei sempre aqui para o que precisares. Basta ligares...(eu não o posso fazer, perdi todos os meus números de telemóvel, incluído o teu :( )mas nunca te esqueças que sempre que precisares eu estarei aqui...
Um beijinho mt grande (para uma pessoa, especial, que não passou em vão na minha vida. E as melhoras para o teu pai! :)*