Quando me olho ao espelho, vejo o rosto da minha mãe. Imagino-me mais velha, as rugas a contarem uma história, e é ela o meu reflexo. Quando olho para a minha filha, vejo o meu rosto em bebé. Lembro-me de mim mais nova, a expressão curiosa e feliz de quem pouco conhece e tudo descobre. Vejo-a crescer nos meus trejeitos, a franja a tapar-lhe a cara, o sorriso inteiro a cada acordar.
Sinto que somos as três uma repetição constante de nós mesmas. Dizem-nos, tantas vezes: iguais. Espero que sim. Espero ser igual à minha mãe na fibra que lhe seca as lágrimas. Espero ser igual à minha mãe no amor que transforma os medos e também na coragem com que sempre expulsou os monstros de dentro da nossa casa - fosse qual fosse a situação, guardou-me sempre (n)um abraço.
Espero que, um dia, a minha filha sinta vir de mim a segurança que eu sinto emanar da minha mãe. Espero que me procure, aos quatro e aos vinte e seis, na certeza de que não lhe falharei. Espero mesmo que sim: iguais. Será sinal de que fui para ela a mãe que sempre sonhei ser.
As fotos, o texto, o amor. A linha de família que nos segue sempre. Está tão bonito. É assim que se escreve a história da família. São estes os momentos que nunca, nunca vão esquecer. Que sigam as três sempre lado a lado! ❤
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