O bomber dos ódios e dos amores.


Apaixonei-me por este bomber jacket em Roma. Entrei numa Zara, movida pela curiosidade de perceber se a oferta era semelhante à portuguesa - não é, mas isso são contas de outro rosário -, e fixei os olhos nele, pendurado num expositor perto da entrada. O preço, 150€, fez-me devolver, desgostosa, o cabide ao seu lugar. Não costumo ficar obcecada com as peças que não compro, mas aterrei em Portugal com o casaco na cabeça. Procurei-o online: esgotado. No entanto, o site português guardou-me uma surpresa. Comprado cá, o bomber ficar-me-ia 50€ mais barato. Imaginem uma criança feliz. Fui a várias lojas: não sabiam a que peça me referia. Tiraram o doce à criança. 

Semanas mais tarde, já sem a esperança de conseguir encontrá-lo, fui passear ao Chiado com uma amiga. Quando os meus olhos pousaram no manequim, ali estava ele, o meu casaco, única peça de uma peça única. Percebi que não podia perder a oportunidade. Comprei-o. Na altura, os bomber jacket não estavam na berra, como hoje em dia. Toda a gente me olhou de lado. As minhas amigas acharam que estava a deitar dinheiro fora. A minha avó, que me viu com ele pela primeira vez num almoço de Páscoa, franziu o nariz. Foi a compra mais cara e "extravagente" que já fiz, e fui altamente criticada por ela. Não me importei. 



Ainda hoje não me importo. A nova tendência permite-me tirá-lo do armário mais vezes. Mesmo se não estivesse "na moda", seria sempre uma das peças pelas quais mais carinho tenho. E é por isso uma das que se vai salvar da reciclagem do meu armário, da qual falei aqui

Hoje, no passeio diário que, em honra à Primavera (molhada...), o Hugo e eu damos com a Chloé todas as tardes, aproveitei para o usar. Adoro o tecido, o padrão, o facto de ser reversível. Adoro o ar descontraído mas elegante que confere a qualquer look. E adoro a história que nos une. É uma história de amor dentro do ódio. É uma história de perseverança e identidade. E é uma história que comprova que estou sempre à frente do tempo, haha. 

















Bomber, botas e mochila: Zara Calças: Calzedonia
Fotografia: Hugo Lapa

CONVERSATION

2 comentários:

  1. Lembro-me de te teres apaixonado por esse bomber em Roma! Bela viagem!!

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  2. As tuas amigas acharam que tinhas enlouquecido. Vamos repor a verdade... Ahahahah

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